O mercado grátis
Talvez nem todos conheçam Chris Anderson, editor da Wired Magazine. Ele escreveu um livro intitulado “A cauda longa – O futuro dos negócios é vender menos de mais” e depois o segundo, com o nome “Grátis – O futuro dos preços”. Neste post, vou reunir os dois temas, sobre um nicho de mercado pouco explorado no Brasil.
E como um cara que mora no Japão pode falar sobre o mercado brasileiro? Pensando fora da caixa.
Muitos brasileiros levaram idéias do exterior para fazer sucesso no Brasil. Na internet temos o caso dos sites de compras coletivas que “bombaram”. Porém, não funcionou para o mercado em si, pois o mérito (lucro) maior ficava para o dono do site, enquanto que os consumidores e fornecedores perdiam na qualidade em serviços e valor.
Mas onde estaria o valor do mercado grátis? Novamente na internet temos dois grandes exemplos dando certo. Google e Facebook, sites gratuitos, que funcionam como filtros de todo conteúdo exposto de forma pública e/ou social.
A grande sacada do Google foi a simplificação e popularização da publicidade online, uma parte do que seria o marketing digital.
Primeiro, desenvolveram um sistema para catalogar todos os sites do mundo e depois filtraram para que as pessoas pudessem encontrar o que procuravam. Assim, atraíram a audiência qualificada, que mudou o conceito do que acontecia antes na publicidade convencional. As empresas de mídia (offline) não tinham como medir de forma rápida o retorno das visualizações dos comerciais, a não ser por pesquisas de mercado, pouco confiáveis.
O sistema do Google (Adwords), permite que qualquer pessoa possa filtrar o que as pessoas estão procurando no mundo, atingindo apenas o nicho de mercado que lhe interessa. Se antigamente, apenas empresas de grande porte podiam atingir consumidores de diversos países com sua publicidade, hoje, mesmo você vivendo no Brasil, consegue divulgar seus produtos ou serviços até para os japoneses, com investimento mínimo, e o melhor, consegue medir o resultado de forma instantânea através dos relatórios de cliques e análises de procedência.
O Google atingiu as pessoas com o Long Tail e Free, ao mesmo tempo.
Modelo de negócios grátis
As revistas gratuitas, popularmente conhecidas no Japão como Free Papers, em tradução livre, papel grátis. Funcionam a partir dos modelos de panfletos de ofertas, ou panfletos de divulgação. O que difere é o formato e diagramação no estilo revista.
Ok! Dino, obrigado, você descobriu o mundo! Mas isso não tem nada de novo!
Nossos olhos tem limitações, pode haver uma grande estrutura para terminar em algo simples a sua visão.
Uma revista gratuita, segue esta linha, parece ser algo simples, só há a diferença do preço certo? Errado!
As revistas gratuitas diferenciam-se em quase tudo. A única semelhança é o formato de venda de publicidade interna. Semelhante em alguns aspectos. Aqui algumas diferenças:
- Foco, enquanto que as revistas pagas, são direcionados ao público que se diz “formador de opinião” em geral, as revistas gratuitas tem o foco direto no consumidor. Exemplo: consumidor de móveis, eletrodomésticos, carros, casas, etc.
- Conteúdo, direcionado a quem decide a compra e diretamente relacionado aos anúncios e distribuição. Ex.: revista de pescaria, distribuída nos clubes de pesca, com anúncios de molinetes e carretilhas.
- Distribuição, parte essencial para sobrevivência da mídia. Se não cuidar bem dos distribuidores, não adianta vender publicidade, nem produzir conteúdo.
- Comercial, as revistas tradicionais comercializam a maior parte dos seus anúncios com as agências, enquanto que nas gratuitas, o contato é com micro e pequenas empresas, fala-se diretamente com o dono do negócio. Nesse ponto, é preciso ter um profissional que tenha experiência em vendas publicitárias, para explicar todo o processo relacionado acima, pois geralmente, o primeiro contato (micro e pequenas empresas) com um anúncio em revista, será através da mídia gratuita.
- Impressão, claro que o melhor papel dá mais status para a revista, mas nem sempre é motivo para o sucesso. Portanto é preciso saber balancear os custos de gráfica, analisando a quantidade, qualidade e número de páginas em todas as edições.
- Profissionais, aqui está a maior dificuldade para quem inicia neste negócio. Encontrar profissionais que trabalhem sob pressão de datas e consigam manter o nível de qualidade em atendimento e execução das tarefas. Pois a cada edição, deve haver sincronia entre o setor de vendas, produção e administração.
Há muitos outros detalhes para que o negócio dê certo.
Mas o principal é a coragem para empreender em um mercado que as grandes editoras ainda não enxergaram. Ele existe, é grátis e tem uma cauda longa no Brasil.
Saiba mais como formatar um modelo de negócio de revista gratuita no Brasil:
Um comentário em “Modelo de negócio grátis e inovador”