
Post publicado em 2011.
Acabo de voltar de uma viagem que fiz ao Brasil e precisava falar isso com alguém. Como eu considero um segredo, resolvi guardar aqui no blog, pois poucas pessoas acessam este local. Felizmente a internet nos ajuda com ferramentas incríveis e “gratuitas” como esta.
Aproveito o gancho e listo um serviço gratuito impresso que está dando certo no Brasil, o jornal METRO. Como havia dito num post anterior, este é um nicho que tende a crescer no Brasil, se houver profissionais sérios administrando o negócio. Pois, quando se fala em serviços gratuitos, há uma certa cautela por parte de agências e médias empresas em colocarem suas marcas, devido a credibilidade do material e do conteúdo “poluído”. No Japão esse mercado é um pouco mais profissional e mesmo que os leitores tenham um poder aquisitivo maior, são atraídos pelo design e pela forma em que são disponibilizados nas prateleiras. Os brasileiros e japoneses gostam de ler materiais gratuitos de qualidade.
Outro ponto em que vejo semelhança é no setor de internet. E infelizmente é um ponto negativo. Pois os dois países produzem pouco a nível mundial, apesar de Brasil e Japão figurarem entre os que mais acessam a rede mundial de computadores. O motivo principal é sem dúvida a linguagem. Enquanto os EUA e Europa produzem conteúdo em inglês, os dois países citados no título, focam na língua local. No Japão até entendo, pois é um país que se manteve fechado por muito tempo, usa os “kanji’s, hiragana’s e katakana’s”, além de não ser um exportador de serviços e sim de produtos. Mas o Brasil, que tem diversas empresas exportando software pelo mundo, usadas inclusive pelo Japão, e usa o alfabeto romano para a escrita, ainda não produziu nenhum grande player global na internet.
Acredito que os fatores são, pelo lado do Brasil as importações terem sido abertas a pouco tempo o que impedia o acesso a outros mercados, e pelo lado Japonês o país ter dominado o setor de tecnologia de produção com a introdução do “Just in Time” e não ter se preocupado muito com os serviços de internet global nos últimos anos. Mas nunca é tarde para começar e podemos dizer que se o Brasil não produziu algo de relevância mundial, pelo menos há um imigrante que colocou o país no cenário global de internet (apesar dele ter se naturalizado americano), estou falando de Eduardo Saverin, o Co-Fundador do Facebook, que mesmo não estando mais nos negócios da empresa, tem estimados Usd 1,6 bi e está investindo em Startup’s. E no Japão, um descendente de imigrantes da Coréia do Sul, Massayoshi Son, que pela lista da Forbes é o homem mais rico do Japão, com um patrimônio de Usd 8 bi, se destaca pelos negócios na Internet da Ásia. Um possível Global Player no futuro, apesar de já ter perdido Usd 80 bi, na época da bolha da internet nos anos 2000.
Mas vejo que aos poucos os dois países estão aprendendo um com o outro, muitas escolas ensinando a língua japonesa no Brasil, muitos japoneses se interessando mais pela língua e cultura da nossa terra natal. E a parte que me deixa mais feliz para transitar nos dois países, termos restaurantes de comida japonesa de qualidade no Brasil, e churrasco no Japão.
Olá Ricardo!
Bacana ler seu blog e este artigo bem escrito e com observações bastante precisas e aguçadas sobre o que acontece no mercado consumidor dos dois países.
Realmente percebo que os dois países são grandes compradores de marcas e acho que falta os empresários recrutarem mais pessoas qualificadas, terem maior visão estratégica e mentalidade aberta, para poderem investir mais nesse campo global da internet.
O nosso país também é um grande admirador da cultura e comida japonesas – influência dos pouco mais de 100 anos do processo de imigração e da quantidade de descendentes. Porém, acho que no Jp, embora o interesse pela nossa cultura seja crescente, ele ainda não é tão forte como se vê o inverso por aqui, porque, claro, aí são 20 anos de emigração brasileira e a comunidade é menor.
Concluindo, acho que guardadas as semelhanças e o respeito pela cultura de cada um, de maneira geral, o Brasil não é muito parecido com o Japão, principalmente na área trabalhista e cultural, pois lá se lê muito mais do que aqui, com certeza. As nossas culturas também são muito diferentes, pois aqui o pensamento é bastante voltado para o individualismo, enquanto no Jp há a preocupação com a coletividade. Enfim, acho que é isso.
Abraço!
O texto é tao grand q me deu preguisa d ler mas dps gostei e continuei
Acabei descobrindo o segredo, não concordo com a parte onde diz que tem poucos acessos rs, mas sobre a matéria há vários pontos interessantes mesmo. Já sobre Massayoshi Son, ele anunciou esta semana algo sobre uma parceira ou compra da Alibaba.com, algo grande, mas como vi apenas a chamada não sei mais a respeito. Que bom que voltou, boa sorte e vamos que vamos…
Abraços
Bom, como o post apareceu hoje em minha TL, não havia visto a data, mas creio que nada mudou nestes três anos…