energia
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Hoje li uma notícia sobre a crise nuclear japonesa. Falava da escolha feita pelo governo japonês, em 1974, logo após a crise do petróleo. Estamos em 2011 e só agora temos o resultado dessa escolha, que afetou de imediato uma localidade antes conhecida no Japão pela qualidade dos grãos de arroz, Fukushima. Em poucas horas no dia 11 de março, a notícia do terremoto seguido de tsunami (pronuncia-se com “t” mudo) se alastrou por todo o arquipélago e alguns dias depois balançou a economia mundial.

Quando acontece algo grave, procuramos rapidamente descobrir o culpado, e essa tragédia tem um fio mais longo do que podemos imaginar. A natureza não é parcial, mas nós somos. Nós escolhemos um culpado, as pessoas se sentem culpadas. O presidente da empresa Tepco, que administrava a usina nuclear de Fukushima, pediu demissão por sentir-se culpado.

Vamos analisar mais a fundo os acontecimentos, as escolhas. A usina estava num local com menos densidade populacional, alguém escolheu este local. Quando construíram e compraram os equipamentos, alguém escolheu as empresas e as pessoas. Outros tantos escolheram o governo de 1974, que decidiu investir em energia nuclear, propondo a cidades do interior a instalação de usinas em troca da idéia de que os jovens teriam um motivo para não abandonarem essas pequenas cidades em vias de extinção.

Difícil apontar em 1974 quem foi o grande vendedor de idéias. E conseguiu fazer com que a população dessas pequenas cidades aceitasse escolher o alto risco envolvido na construção das usinas. Hoje alguns devem estar protestando, mas foram os próprios ancestrais que fizeram a escolha.

Nós escolhemos usar energia produzida em larga escala, “necessárias” para nossa sobrevivência no mundo atual.

A maioria dos acontecimentos no presente, estão relacionados a energia. Seja ela vinda do petróleo, elementos radioativos ou energia da natureza. A natureza e as pessoas estão interligadas como a rede mundial de computadores. Quanto mais nos conectamos, mais energia é gerada ou desperdiçada. Cada um escolhe o que é melhor para si, mas devido a essas conexões, interferimos na vida de alguém próximo ou até o sexto grau de separação.

Uma pequena decisão pode impactar o mundo no futuro.

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