comunicacao em duas vias
Comunicação em duas vias – As revistas e jornais vao acabar?

A cada dia que escrevo um post, aprendo mais.

Aprendo sobre formular títulos, buscar temas, desenvolver um raciocínio, analisar o “feedback”. No meio digital temos a oportunidade deste aprendizado “Just in time”.

Vamos começar pelo título, já experimentei escrever todo o texto e depois inserir o título, mas acredito que para não perder o foco, talvez seja melhor começar pelo título e ir desenvolvendo o corpo do texto.

Os temas são um mix do feedback e também dos acontecimentos do dia-a-dia, as vezes olho os posts que tiveram mais visitas ou busco assuntos do momento, mas na maioria das vezes escolho frases que surgem ao ler algum “Tweet”, um “Blog” ou ver algum programa de TV do Japão.

Quando tento desenvolver um raciocínio, tenho dificuldade para filtrar e alinhar todos os pensamentos que chegam ao cérebro, como separar os peixes no meio de um cardume. Não sei porque pensei em peixes agora, talvez seja a fome ou a vontade de pescar. A pesca é um exercício interessante de pesquisa e paciência, talvez com o tempo melhore este filtro para deselvolver textos.

E o “feedback”, a parte mais interessante, medida através de “RT’s”, “Likes” ou outros botões sociais, são a mola propulsora de muitos que escrevem na web. Algo difícil de se medir com uma mídia impressa. A não ser quando há participação nas vendas.

O título de hoje em específico era para ser algo como “O impresso não vai morrer” ou mesmo “A comunicação de duas vias”. Mas resolvi colocar algo mais polêmico para atrair novos visitantes e também mostrar que nem tudo que o leitor enxerga no início, pode ter o mesmo resultado no final.

Quando decidi sair do setor de mídia impressa e tentar novos desafios, foi porque visualizei um novo mercado (Era para ser no Brasil). E não porque imaginava que o mesmo iria acabar. Ou talvez os caminhos tenham apontado para uma comunicação de duas vias. É preciso testar o “feeling”.

Há muito tempo vinha notando que muitos brasileiros no Japão já utilizavam o meio digital, porém poucas empresas tinham conseguido resultados financeiros favoráveis. Por incrível que pareça, 6 anos atrás fui contratado através de uma mensagem no Orkut para trabalhar em um projeto de mídia digital antes de entrar no mercado impresso. E, no pouco tempo que trabalhei naquela empresa ousada, enxerguei na época que o melhor caminho era ter um produto impresso, até tentei convencer a “Diretoria” a investir em uma revista gratuita para divulgar a mídia digital.

Acredito que tudo tem seu “Timing”, as vezes você enxerga um futuro promissor em determinada plataforma mas demora um pouco para todos se ambientarem com as novidades. É muito difícil convencer pequenas e médias empresas a investir em tecnologia. É muito difícil ver grandes empresas faturando em um mercado que todos poderiam participar. Um bom exemplo são as companhias aéreas de baixo custo. Incrível as pessoas acreditarem num modelo de negócios “maluco”, um dos que mais dependem de tecnologia e treinamento, sendo vendido a preço de banana, até no Japão. Parabéns aos envolvidos.

Por falar em tecnologia. No Linkedin, um dos tópicos mais polêmicos que vi até hoje é o de que as revistas e jornais vão acabar. Ou melhor, o digital vai substituir o impresso. Como o CD substituiu o Vinil. De lá tirei o título deste post. A minha resposta é, ao invés de pensar no declínio de um mercado, melhor enxergar o potencial de outro. No mercado Dj, poucos falam sobre o declínio do vinil. O CD, foi ultrapassado pelos arquivos digitais de música ou MP3. E ainda mais, agora temos o Cloud Computing, em que você pode ouvir músicas através de plataformas digitais sem precisar carregar nenhum dispositivo de mídia gravado.

Acredito que a mídia impressa precisa aprender a utilizar melhor o meio digital para amplificar sua abrangência, para poder “estar” presente na comunicação de duas vias. O que já acontecia há muito tempo com o Rádio, as participações dos ouvintes através do telefone e fax, agora na TV Digital, o espectador terá rapidez na interação com os programas. Em contrapartida, a mídia impressa, precisa estar em alguma plataforma digital para poder ter a participação do leitor. Algumas revistas estão lançando “versões” do impresso para o digital, mas são de pouca usabilidade. Continuam com comunicação lenta, de uma via.

Poucos querem apenas receber notícias. As pessoas querem dar sua opinião e em muitos casos, desejam ajudar de alguma forma. Acredito que a mídia impressa precisa encontrar um modelo para abrir  um canal de comunicação dos leitores com a redação, da mesma forma que os blogueiros já fazem. E aí está um campo ainda pouco valorizado na comunidade de “Transnacionais” no Japão. Os “Bloggers” e “Twitters” já se comunicam em duas vias com seus leitores. Há até empresas que não são da área de mídia mas já disponibilizam conteúdo  em novas plataformas e recebem feedback dos seus clientes de forma instantânea.

Comunicação de forma vertical está ultrapassada, agora é preciso pensar em comunicação de forma horizontal. O comércio eletrônico já percebeu isto e há sites que utilizam caixas de comentários em todos os produtos disponibilizados para venda, assim os clientes escrevem opiniões e dicas sobre suas preferências de compra.

 

Cada um tem uma visão de futuro, porém o presente é difícil de enxergar.

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