Tive uma idéia de negócio e agora?
“Get out of the building” é a dica de Steve Blank, um guru das Startups. A idéia é uma parte importante da motivação para começar algo. Porém, idéia na cabeça é apenas algo egocêntrico.
O próximo passo é testar a idéia com o possível cliente que irá valorizar o negócio. Valorizar, nos dias de hoje, é dar atenção para o produto/serviço. Quem ganha mais atenção do que a família nos dias atuais? Facebook? Whatsapp?

Para facilitar a compreensão da idéia, o ideal é filtrá-la, antes de testar com o público. Na imagem acima temos 3 opções geométricas. Um processo que podemos chamar de Geometria de TI, ou “IT Geometry”. Toda idéia dentro da tecnologia da informação, terá estes elementos:
- Retângulo – Representa plataforma. As plataformas estão acima dos conteúdos, e exige engenharia para desenvolver. Uma TV é uma plataforma, o Facebook é uma plataforma.
- Círculo – Representa o conteúdo. O conteúdo é inserido dentro de uma plataforma. Não é necessário engenharia para desenvolver, porém, o conteúdo está sujeito a filtros da plataforma. Um filme é um conteúdo, um dailyvlog é um conteúdo.
- Triângulo invertido – Representa o filtro. Toda plataforma tem um filtro, pois o conteúdo é limitado ao tamanho, local e momento de visualização. O melhor filtro de conteúdo é quando você tem mais controle. O Twitter é um exemplo.
O diferencial de escolher 1 – plataforma, ou 2 – conteúdo, está relacionado ao 3 – filtro. Os filtros são definidos pelas plataformas, os algoritmos recomendam conteúdo para os usuários.
Os conteúdos são produzidos por empresas de mídia ou pelos usuários. As plataformas do Google, geram retorno aos produtores de conteúdo. O Youtube, que tem seu modelo de negócio baseado na publicidade, retorna uma parte do faturamento aos produtores, que ao atingir milhões de visualizações, são chamados de “Influenciadores Digitais”.
O maior “Influenciador Digital” hoje não é uma pessoa. É o algoritmo do Netflix, a plataforma de vídeos, que filtra o conteúdo, tanto próprio, como de terceiros. A Disney segue a mesma linha, porém, não tem ainda uma plataforma de alcance global como a Netflix, ainda depende de plataformas de terceiros para distribuir seu conteúdo.
Portanto, os filtros de qualidade (algoritmos), superam o conteúdo de qualidade (Disney). A Netflix consegue produzir e oferecer conteúdo, baseado no tempo de uso da plataforma (atenção) com rapidez, o que os cinemas (plataformas) não tem. Os dados de uso em tempo real (bigdata) são parte importante do negócio da Netflix.
Mercado
Para “amadurecer” a idéia, o segundo passo, é definir o mercado:
- B2C – Business to Consumer, produto/serviço vendido da empresa ao consumidor. Ex.: Produzir um game, colocar na App Store (plataforma) e vender para quem usa iPhone (filtro).
- B2B – Business to Business, produto/serviço vendido de empresas para empresas. Ex.: Um portal de notícias (plataforma) com matérias regionais (conteúdo/filtro) e anúncios para empresas.
- B2B2C – Business to Business to Consumer, produto/serviço vendido para empresas e consumidores. Ex.: Um marketplace, um shopping virtual (plataforma) com várias empresas que vendem produtos (conteúdo/filtro) para os consumidores.
- C2C – Consumer to Consumer, produto/serviço vendido entre pessoas. Ex.: Um leilão online (plataforma) onde pessoas oferecem produtos (conteúdo/filtro) para outras pessoas ofertarem lances.
- D2C – Direct to Consumer, produto/serviço direto da marca para o consumidor. Ex.: Marca de roupas, ao invés de utilizar os canais tradicionais como Shoppings ou Lojas multimarcas (plataformas), vende através da sua própria plataforma de e-commerce.
Trabalhar com empresas ou com consumidores? Criar uma marca ou vender marcas de outros? Quais caminhos seguir? Estas definições são importantes no início para canalizar as energias de início.
MVP e POC
Com a idéia filtrada e tipo de mercado escolhido, o teste inicial é importante para colher as informações e fazer a melhoria contínua do produto/serviço, o chamado “kaizen”. O ideal é iniciar com produtos mínimos, “mockups”, protótipos ou POC (prova de conceito) e moldar de acordo com a aceitação (ou não) do produto/serviço.
É o momento do 0-1, de conseguir o primeiro consumidor. Seja ele empresa ou pessoa física. No caso de produtos B2B, que exige mais credibilidade para conseguir a venda, o ideal é ter um MVP ou protótipo. Prova de conceito pode ser usado com empresas onde há relacionamento ou consumidores em geral.
Incubação e aceleração
Seu produto/serviço foi testado por brasileiros? Que tal fazer o PMF ou satisfazer o que o mercado japonês deseja? No Japão, há oportunidades de acelerar a aquisição de clientes e aprender como receber investimento venture capital. Veja a lista de incubadoras e aceleradoras filtrada da The Bridge e ad-rage:
- Open Network Lab – Uma das mais respeitadas incubadoras do Japão, faz parte da Digital Garage, empresa de Joi Ito do MIT Media Lab. 3 meses de aceleração. Investimento de até ¥10M ou $88K (de acordo com o portencial), espaço grátis (1 ano) em um dos seus Co-working do Japão e desconto no de São Franciso/EUA. Mentoria com top vcs e founders do Japão e EUA. Aplicações em japonês e inglês.
- Samurai Incubate – Incubadora japonesa com filial em Israel. Com bons números no Japão. Investimento médio de até ¥4.5M ou $39K. Tem uma comunidade que supera 150 fundadores de startups. Aplicações em japonês para o Japão e em inglês para Israel.
- KDDI Mugen Labo – Incubadora da KDDI, uma das top 3 telco japonesas. São 6 meses de mentoria e suporte com várias corporações de grande porte do Japão. No final há uma apresentação para investidores. Está no 11o. semestre de aceleração. Aplicações somente em japonês.
- Brave Accelerator Program – Programa de IOT, Robótica e Biotech. Conectado a IndieBio de Silicon Valley. Aplicações em japonês.
- Code Republic – Aceleradora da East Ventures em parceria com a YJ Capital. Programa de 3 meses com mentorias e espaço co-working. Investimento de ¥7M ou $61K. Necessário ter 1 ou mais engenheiros de programação no time. Aplicações em japonês ou inglês.
- IBM Bluehub – Incubadora da IBM Japan. A empresa deve ter menos de 5 anos e menos de ¥100M de faturamento. Suporte com os serviços e mentoria IBM, demoday ao final da incubação. Aplicações em japonês.
- JREast Startup Program – Aceleradora e incubadora da JREast, operadora de ferrovias do Japão. Parceria com a Plug&Play Japan. Inscrições em japonês.
- JTB Accelerator Program – Programa da JTB maior operadora de turismo do Japão junto com a 01 Booster. Aplicações em japonês.
- JCB Payment Lab – Programa da JCB uma das maiores operadoras de cartão de crédito do Japão. Startups do setor fintech. Aplicações em japonês.
- MUFG Digital Acelerator – Aceleradora da MUFG maior banco japonês. Programa de 4 meses sem compromisso de investimento. Aplicações no setor fintech em japonês e inglês.
- Microsoft Startups – Programa da Microsoft Japan para utilizar serviços de até ¥900K ou $9K da Azure. Aplicações em japonês.
- Nomura Accelerator Program – Programa da Nomura Securities, um dos maiores bancos de investimento do Japão. Possibilidade de parcerias, teste de marketing e uso do co-working space NVC. Não oferece investimento. Aplicações em japonês.
- Plug and Play Japan – Primeira aceleradora americana a se estabelecer no Japão. Segue o modelo americano. Aplicações em inglês e japonês.
- SB Human Capital – Aceleradora da empresa de RH Softbank Human Capital. Para startups do setor de recursos humanos. Aplicações em japonês.
- Tokyu Accelerator Program – Aceleradora do grupo de ferrovias Tokyu e Spiral Venture Partners. Programa com mentoria e teste de marketing nas empresas do grupo. Apresentação de pitch com prêmio de ¥1M ou $8,8K ao vencedor. Aplicações em japonês.
- T-Venture Program – Aceleradora do grupo CCC maior rede de locadoras do Japão. Aplicações em japonês.
- 39Works – Espaço colaborativo da NTT Docomo a top 1 telco japonesa. Abertos a propostas de colaboração.
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