Em direção a Ásia
Há 10 anos escrevo sobre Asionalização e há 20 anos comento que o Brasil não enxergava o potencial asiático, em especial o Japão, onde há cerca de 1.500 empreendedores brasileiros, de acordo com o Itamaraty.
E o Ministro das Relações Exteriores Aloysio Nunes aponta esta direção no seu artigo divulgado no O Globo e postado no site do governo: http://www.itamaraty.gov.br/pt-BR/discursos-artigos-e-entrevistas-categoria/ministro-das-relacoes-exteriores-artigos/18796-o-brasil-em-direcao-a-asia-o-globo-07-05-2018
Acredito que é um momento histórico e destaco alguns pontos:
Inicio hoje viagem à Ásia para reafirmar o engajamento do Brasil com países que, em seu conjunto, compõem um novo e dinâmico eixo da economia mundial: China, Coreia do Sul, Indonésia, Japão, Cingapura, Tailândia e Vietnã.
São 5 países em destaque, ligados ao Japão de forma econômica, comercial e na migração de pessoas.
- China, apesar de alguns atritos em relação a disputa de ilhas, o comércio entre os dois países é muito forte e o Japão investe e importa até alimentos frescos do país da muralha. Os chineses reconhecem a qualidade dos produtos japoneses, mas os jovens japoneses não conseguem acompanhar a evolução dos chineses no campo de comércio global na internet. Alibaba, o ícone do ECommerce mundial, cresceu graças a visão de Jack Ma e 30% pelo investimento de Masayoshi Son. Em 2017, haviam 730.890 chineses no Japão.
- Coreia do Sul, exemplo no setor de educação, apesar de pequeno, o país que está no meio de China e Japão, explora os dois mercados com seu marketing agressivo e conquista fãs para o K-Pop, Samsung, Kakao, etc. Existe um bairro de Tokyo chamado Shin Okubo, onde você pode experimentar a Coreia do Sul dentro do Japão. O LINE, super app mais utilizado nas comunicações instantâneas do Japão, é de propriedade da NHN coreana. Em 2017, haviam 450.663 coreanos no arquipélago.
- Indonésia, conjunto de ilhas com população maior que do Brasil, 260M habitantes, maioria muçulmana, portanto, totalmente diferente dos outros 5 países da lista. Os brasileiros conhecem Bali, mas o setor de internet cresce a cada dia pois é um país de maioria jovens e os fundos VC estão de olho nas novas oportunidades por lá. Tokopedia, a maior startup de lá, recebeu investimento de fundos japoneses e do Alibaba. Dentro do Japão, o número de indonesianos cresceu 16.6% em 2017 chegando a 49.982 pessoas.
- Cingapura, berço financeiro da Ásia, para onde os japoneses milionários estão se mudando para pagar menos impostos e explorar as oportunidades no sudeste asiático. General Partners de fundos que tiveram sucesso no Japão administram fundos a partir de Cingapura.
- Tailândia, o maior destino de turistas do mundo. Local onde o “ágio turístico” é menor em relação a outros locais. O Japão investiu muito na industrialização da Tailândia e há muitas marcas japonesas no país. A startup mais comentada da região é a Omise que recebeu investimento da SBI do Japão.
- Vietnã, a jóia da coroa na região, país que sobreviveu a guerras, socialismo e começou a adotar o modelo chinês de crescimento. Com privatizações e abertura para entrada de capital estrangeiro. Os vietnamitas são a população estrangeira que mais cresce no Japão, em 2017 chegou a 262.405, aumento de 31.2%.
Serei claro em expressar a convicção do governo e do setor privado brasileiro de que o crescimento das economias nacionais passa não pelo recrudescimento de impulsos protecionistas, mas pela cooperação internacional e o adensamento continuado dos vínculos econômicos e comerciais entre países e blocos.
Introdução com a fala em nome do governo e setor privado na relação de vínculos econômicos e comerciais.
Além de buscar abrir mercados para produtos e serviços brasileiros, a aproximação com os países da Asean e outros países da Ásia favorece a internacionalização de empresas brasileiras. Várias empresas nacionais — grandes, médias, pequenas e até start-ups — têm presença em países que visitarei, beneficiando-se do ambiente de negócios e do ecossistema de inovação asiáticos para ganhar competitividade em terceiros mercados.
Com base em um diagnóstico das consequências de longo prazo da ascensão da Ásia para nossos interesses, estamos consolidando uma abrangente estratégia de ação para a região de modo a bem situar o Brasil na nova configuração internacional de poder. A viagem à Ásia é expressão de uma política externa que contribui para a expansão sustentada da economia brasileira, promovendo o comércio internacional, atraindo investidores e estimulando a internacionalização das empresas nacionais. Estamos no caminho certo e nele vamos prosseguir.
Start-ups e ecossistema de inovação incluídos no artigo. Ótimo, a partir de agora começa o trabalho de inclusão das startups brasileiras no ecossistema japonês. Um dos mais inovadores em diversos setores. Em especial, o setor de venture capital, que não necessita de fundos estrangeiros para fazer o ecossistema fluir. E até investe nos outros países ao redor.
O caminho da Asionalização adotado pelo governo será seguido por todos os outros setores da iniciativa privada, sejam corporações, PME’s ou startups?
O Japão, por ter a maior comunidade de brasileiros na Ásia (185 mil pessoas), é o hub ideal para todas as empresas brasileiras investirem e iniciarem sua Asionalização.
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