
Onde estão os bilhões?
No dia 19 de Junho de 2018, a Mercari, plataforma japonesa de vendas C2C deixou de ser um unicórnio para se tornar uma empresa pública de $7B, hoje (30/Julho) na casa dos $6.5B (fonte: Google).
De acordo com a CBInsights, só restou a Preferred Networks como a única startup japonesa privada com valorização na casa dos 10 dígitos em usd. Em comparação, na Indonésia, há duas, a startup de turismo Traveloka e a de mobilidade Go-Jek.
Antes de comentar os motivos do Japão perder para Indonésia, vamos analisar o portfólio do fundo de investimentos East Ventures. Nos dados públicos de seu website:
- 62 investimentos em startups do Japão, dentre eles a Mercari.
- 48 investimentos em startups da Indonésia, dentre eles a Traveloka.
- 14 investimentos em startups de Cingapura
- 11 investimentos em startups dos EUA
- 4 investimentos em startups da Tailândia
- 2 investimentos em startups da Malásia
Entre os 3 co-fundadores da East Ventures há 2 indonesianos, Batara Eto, co-fundador da rede social Mixi no Japão, que fez IPO em 2006 e Wilson Cuaca, investidor e community builder na região de Jakarta. O terceiro é o japonês Taiga Matsuyama, que participou da fundação do Yahoo Japan e outras startups japonesas.
Sudeste Asiático e Japão
A startup Traveloka é uma OTA com plataforma em inglês, e línguas da Indonésia, Malásia, Filipinas, Cingapura, Tailândia e Vietnam. Abrangendo uma região com mais de 562 milhões de habitantes.
A startup Go-Jek serve 50 médias e grandes cidades da Indonésia com app de mobilidade que já agrega outros serviços como pagamentos e entregas.
São duas visões distintas, a Traveloka com abrangência cross-border no nicho de turismo e a Go-Jek estritamente local com diversidade de serviços.
No Japão, há poucas startups que se aventuram além das fronteiras da ilha. Dentre elas a Bitflyer, Fond (ex-Anyperk), Mercari e a Nulab (todas do portfólio da East Ventures). Qual o ponto forte de ter estrangeiros no time de investimentos em startups japonesas?
Pós Mercari
Depois do IPO bilionário da startup Mercari, o ecossistema japonês inicia um novo ciclo desafiador. Quando surgirá o próximo empreendedor com visão global para escalar de forma exponencial sua startup e atingir o status de unicórnio?
A própria Mercari vai usar o capital arrecadado no IPO para ganhar novos mercados?
O Japão vive um momento único na história que será composto pela nova lei de visto para trabalhadores sem qualificação, renúncia do imperador e preparação para as Olimpíadas de Tokyo.
Estamos no meio de 2018, mas os acontecimentos do próximo ano serão de grandes transformações para o futuro da sociedade japonesa. Como o ecossistema irá se comportar no próximo ano com todos os investimentos em startups crescendo este ano?
É um momento de oportunidades únicas!