Em qual país iniciar sua Asionalização?
Em uma recente conversa com um VC brasileiro, ele me perguntou por quê escolher uma operação no Japão e não em Singapura?
Para responder a essa pergunta, consultei dados globais e também algumas peculiaridades do mercado japonês de startups em comparação com Brasil, EUA e Singapura.
Neste artigo vamos listar o caminho do empreendedor desde a sua entrada no país, o acesso ao capital para crescer, e saída através de IPO ou M&A.
Entrada no país:
Para um brasileiro viajar ao Japão e abrir uma startup, há 2 alternativas, através do Visto Business, com investimento mínimo de ¥5M ($45K). Ou através de um residente japonês ou brasileiro com visto permanente (cerca de 100 mil brasileiros residentes possuem visto permanente).
Em Singapura, há o Entrepass, visto para empreendedores que conseguiram incubação pelo governo de Singapura ou investidores qualificados. Mínimo SGD 100K ($72K). Investidores ou empreendedores com “track record” também podem solicitar o visto.
Acesso a venture capital:
De acordo com os dados do WEF, Singapura está a frente do Japão (gráfico abaixo). Porém, o sudeste asiático inteiro compete pelos deals de Singapura. São mais de 7 mil startups na região. Em comparação com o Japão, onde houve 887 deals em 2017. O acesso ao capital para crescimento é melhor no Japão.

Disponibilidade de cientistas e engenheiros
Japão e Singapura estão praticamente empatados, mas bem acima do Brasil no ranking. Além do capital, uma startup precisa de pessoas qualificadas para crescer.

Empreendedorismo
Apesar do Brasil estar em níveis acima até que os EUA, a proporção de financiamento disponível no Japão é maior que o número de empreendedores.

Negócios B2C
Para quem deseja empreender em negócios B2C online, o Japão tem porcentagem alta de consumidores com cartão de crédito. Acima até dos EUA.

Saídas (Exit)
Um dos pontos mais importantes no ecossistema startup é a saída dos investidores. E o Japão leva vantagem neste quesito. Mais de 10% da população japonesa investe na bolsa de valores. E a TSE Mothers tem nível de exigência baixo para IPO. A abertura de capital pode ser feita com apenas 25% de ações listadas e 1 ano de composição da diretoria. A SGX é um pouco mais rígida em relação ao faturamento e tempo de atividade, além de ter apenas 231.397 investidores.




M&A
Outro ponto interessante no Japão é o volume de fusões e aquisições, devido a grande quantidade de corporações japonesas de relevância mundial listadas na bolsa de valores. Além dos nomes conhecidos, há dezenas de empresas de tecnologia adquirindo startups no mercado nipônico.
No primeiro trimestre de 2018 foram 29 transações, de acordo com o site Strike.
Conclusão
Singapura é um país mais global, com investidores qualificados e acesso fácil aos ecossistemas do sudeste asiático. Além de facilidade para abertura de negócios. Eduardo Saverin escolheu o país para iniciar sua empresa de Venture Capital.
O Japão é um país carente de empreendedores, viveu séculos fechado ao exterior mas se reinventou depois da guerra. Há 185 mil brasileiros vivendo no país e quase 2 milhões de descendentes NIKKEYS vivendo no Brasil. Com isso, há uma infra estrutura de negócios na língua portuguesa e atendimento para os brasileiros no arquipélago.
O ecossistema japonês de startups vive o seu melhor momento e há espaço para os brasileiros empreenderem aqui. Quem se arrisca?